Contente
- O que ele vai pensar de mim?
- Existe mulher para casar e mulher para pegar?
- Liberdade sexual: tenha
- Vale se sentir culpado?
- Tenha as suas experiências
- Sexo no primeiro encontro é errado?
- Lembre-se: quem decide é você
- Mas e as normas sociais?
- Sexualidade feminina
- E por que não?
- Não se force a nada
- Sentiu vontade? Faça
É a primeira vez que você sai com aquela pessoa e tudo acontece muito bem. O clima está bom, o beijo encaixa e você sente vontade de transar com ela. E agora? O sexo no primeiro encontro pode ser um tabu para muitas pessoas, principalmente para mulheres. O que ele vai pensar de mim? É errado? Devo ou não? Posso ou não posso? Para ajudá-la a responder essas perguntas, confira o que eles e elas têm a dizer sobre isso.
Sexo no primeiro encontro: sim ou não? (Getty Images)
O que ele vai pensar de mim?
Para algumas mulheres, a grande preocupação é: "o que ele vai pensar de mim?". Para a terapeuta ocupacional Brenda Marvila, 20 anos, esse é o primeiro tabu a ser quebrado quando o assunto é sexo no primeiro encontro. "É hipocrisia falar que mulher não gosta de sexo. Acho preconceituoso a sociedade querer negar esse direito, mesmo que no primeiro encontro. E se ela quiser só prazer? Qual o problema? E mesmo que queira algo mais sério, ir para a cama no primeiro encontro não define mau caráter nenhum. Pelo contrário, mostra que a mulher tem maturidade e segurança em si mesma e que, se o cara achar que ela está errada, ele é que não presta", opina.
Existe mulher para casar e mulher para pegar?
Muitas mulheres crescem ouvindo julgamentos de pais e amigos sobre a virgindade. Quem nunca ouviu que "existe mulher para pegar e existe mulher para casar"? Assim, muitas meninas ficam travadas quando o desejo de ir para a cama logo em um primeiro encontro aparece. E agora? O jornalista Henrique de Almeida, 25 anos, diz: "As pessoas têm que deixar esses ditames hipócritas da sociedade de lado e saciarem suas vontades quando der vontade. Se for maneiro pros dois, se as duas partes estiverem confortáveis com isso e com tesão para tal, tem mais é que fazer mesmo. Sem aquela coisa de algumas mulheres de 'tenho que me valorizar, se não ele vai me achar uma piranha', e sem também haver uma forçada de barra por parte de alguns homens muito sem noção. Falo por mim: valorizo muito mais uma mulher que sabe o que quer e com quem quer fazer o quê. E sabe que seu valor não é definido por seus desejos ou pelo que faz na cama".
Liberdade sexual: tenha
O sexo é sim um momento de intimidade muito grande. Esse também é um ponto que pode travar homens e, principalmente, mulheres no primeiro encontro. Para a estudante Maria Olívia Gimenez, nessas horas a dica é dar ouvidos ao desejo. "Acho sexo no primeiro encontro muito válido! Sou a favor da liberdade e, sobretudo, da vontade. Se há a vontade, o clima é bacana e existe uma sintonia e concordância de ambas as partes, o que impede? Passou da hora de passar por cima do tabu em relação a isso e dar mais importância aos desejos", defende.
(Maria Rukina/Hemera/Getty Images)Vale se sentir culpado?
A culpa também pode atrapalhar na hora de decidir se você vai ou não para a cama com uma pessoa que ainda não conhece muito bem. Para quebrar esse tabu é preciso deixar o conservadorismo de lado e seguir o instinto, sem forçar a barra. O jornalista Rafael Gonzaga, 23 anos, acredita que o conforto e o desejo devem pesar mais do que a culpa. "Acho que se as pessoas têm vontade não deveriam se deixar regular por conta de convenções sociais. Além do quê, a gente vive sob uma cultura de culpabilização do sexo, perpetuada especialmente por setores e instituições conservadoras da sociedade, que não faz mais o menor sentido. Sexo é uma atividade normal da rotina humana e as pessoas deveriam ser menos sexualmente reprimidas. Não tem nada de errado fazer sexo no primeiro encontro, assim como não tem nada de errado fazer só no centésimo. Nós devemos fazer o que sentimos ser o mais confortável para a gente e para o outro, sem ficar pensando demais em senso comum ou em opiniões alheias conservadoras e mal fundamentadas", diz.
Tenha as suas experiências
Uma coisa importante para uma vida sexual feliz e saudável é conhecer o próprio corpo e saber o que você gosta. Para quem nunca transou no primeiro encontro, a dica é se sentir confortável e, principalmente, estar com vontade. Nunca se force a fazer sexo por que o outro está insistindo ou por medo do que seus amigos vão falar. Essa experiência tem que ser positiva e saudável para você e não se tornar um trauma. A estudante Andressa Parizotto, 20 anos, arriscou: "Minha opinião, e minhas experiências de vida dizem: sexo no primeiro encontro, sim! A partir do momento que me sinto à vontade com a situação, com o/a parceira, não tem por que ficar me segurando ou me privando de uma experiência que pode ser ótima pra ambos".
Sexo no primeiro encontro é errado?
A ideia de que ir para a cama em um primeiro encontro pode ser errado, pode ser a principal causa do medo da culpa. Mas, afinal, é errado? O publicitário Ande Teixeira, 23 anos, acredita que não. "Não acho que sexo no primeiro encontro seja errado. O único jeito de sexo no primeiro encontro ser errado, é se for feito sem consentimento de uma das partes", diz. Para ele "moral e nem caráter são alterados por causa dessa decisão". Sobre as diferenças entre o sexo para o homem e a mulher em um primeiro encontro, Ande opina: "Para o homem, sexo no primeiro encontro não é nada de mais, é um bônus que ele pode conseguir. Para a mulher, ainda é um tabu. Isso porque na cabeça da sociedade a mulher não pode ter prazer Sexual e se quiser ter, tem que ser com um parceiro fixo. A mulher tem mais é que exercer sua sexualidade e seus desejos. Se quiser transar no primeiro encontro, que faça, se não quiser, tudo bem"
(PIKSEL/iStock/Getty Images)Lembre-se: quem decide é você
Para jornalista Yara Lopes, 22 anos, o sexo no primeiro encontra "é uma questão muito pessoal". É importante lembrar que essa é uma escolha sua e não do outro. Afinal, é o seu corpo e a sua privacidade. "O importante é estar confiante e fazer porque quer. Eu pessoalmente não faria, pra mim significa confiar na outra pessoa e ter sentimentos por ela. Não tem regra definida, cada pessoa tem que fazer o que se sente bem", diz Yara.
Mas e as normas sociais?
As convenções e normas sociais ainda prendem muitas pessoas e, por isso, a vontade pode ficar de lado. O publicitário Daniel Bovolento, 21 anos, fala sobre isso: "Um exemplo claro é aquele papo batido sobre mulheres e homens que rotulam outras mulheres que fazem sexo no primeiro encontro de fáceis ou vulgares. Sexo não tem muita regra, não deve ser tratado com manual e nem deve ter regras padronizadas para as pessoas seguirem. Em resumo, eu sou a favor de manifestar e expressar os desejos sexuais sem amarras, principalmente porque sei que a maioria das pessoas só se segura por conta da pressão social e do medo de julgamento prévio/posterior daquilo. Sexo é uma via de prazer e deve ser tratado como tal".
Sexualidade feminina
A estudante Ananda Bahia, 23 anos, acredita que a geração Z vive no imediatismo dos acontecimentos e, por isso, tem mais liberdade para fazer o que tem vontade. O sexo no primeiro encontro é também uma questão de criação. Muitas vezes a pressão dentro de casa faz com que as mulheres tenham sua liberdade sexual oprimida. É o que diz Ananda: "hoje em dia, o sexo no primeiro encontro não é tabu para a nossa geração, nós temos nossos desejos e vontades e se você quer e se sente bem consigo mesma, você faz o que você bem entender, inclusive sexo no primeiro encontro. Ainda mais com o imediatismo que são as coisas hoje em dia que tudo acontece muito rápido. Não acho que seja uma coisa ruim, acho que nós mulheres lutamos por igualdade, por nos equipararmos com os homens, todas nós sentimos vontades e acho que ceder a eles é uma coisa que não deveria ser julgada ou classificada. Mas, infelizmente, por mais avançada que seja a nossa sociedade em alguns aspectos, nós temos às vezes, dentro de nós, esse machismo de achar que mulher valorizada, mulher para casar, é a mulher que se mantém intocável por muito tempo".
E por que não?
Na hora de decidir o que fazer, pense no que a impede e meça a importância disso para você. Para o produtor cultural Will Vaz, 27, " já passamos da época em que isso é algo a ser debatido. Deveríamos ter informação o bastante e ser evoluídos o suficiente pra tratar o sexo com algo normal e natural. Tem vontade? Faça. Há algum tempo cheguei à conclusão de que o impulso que me leva a querer ficar com alguém é o mesmo impulso que me leva a querer transar com essa pessoa. As pessoas apenas encontram motivos pra dar ao sexo uma responsabilidade maior: precisa de intimidade, precisa de amor, precisa colocar uma aliança no dedo... A única coisa que precisa é vontade. Se os dois quiserem, que façam. Eu só faria duas observações em relação a isso. A primeira é que não acho legal ser leviano apenas por ver como natural. Não saímos beijando qualquer pessoa na rua, então não é por considerar sexo natural que precisamos fazer só por ter oportunidade. Acho que ainda é legal ter critérios. E a outra observação é que, infelizmente, meus relacionamentos mais problemáticos, aqueles em que eu me senti mais desprezado, foram os que começaram de forma muito fácil. Então eu vejo sentido pra quem pensa que "mulher que dá no primeiro encontro não é pra se relacionar". Vejo sentido por causa das minhas experiências, mas não quer dizer que eu concorde. Tento pensar que minhas experiências ruins não refletem uma regra. Resumindo: sexo no encontro no primeiro encontro sempre que der vontade de transar no primeiro encontro. E que isso não sirva pra julgar o caráter de ninguém. Cada um é um".
Não se force a nada
Para o sexo no primeiro encontro ser bom para os dois lados, a primeira coisa é que ambos tenham certeza do que querem. Por isso, nunca tente ultrapassar o limite do outro: respeito vem acima de tesão. A estudante Gabriela Barreto, 20 anos, por exemplo, descarta a opção. Ela explica: "Apesar de tudo, eu ainda acho que não é muito legal sexo no primeiro encontro. Pra mim sexo é algo mais íntimo, então só com alguém que eu esteja saindo há algum tempo e que eu goste. Sou muito apegada, não conseguiria fazer sexo apenas por diversão, por uma noite e só. Pra mim, tem que rolar sentimento, antes de tudo".
Sentiu vontade? Faça
O sexo é algo natural, uma antiga prática instintiva dos seres humanos. Ainda assim, divide as opiniões. Diferente de Ananda, o assessor de imprensa David Oliveira, 21 anos, acredita que ainda existe um tabu quando o assunto é sexo. "A gente tem um certo tabu em relação a esse tema, mas creio que o sexo é algo tão normal, que não deveria causar estranheza nas pessoas. Sou super a favor do sexo no primeiro encontro, afinal se rolar aquele clima legal, então nada me impede de transar. O importante é ter segurança e a mente aberta. Sexo é bom, faz bem pra saúde e deve ser feito com respeito e muito desejo. Não importa se é o primeiro ou segundo encontro, sentiu vontade? Faça!", estimula David.